sexta-feira, 9 de maio de 2025
I Encontro Biblioteca Viva: Conversas sobre as escritas de mulheres
Vem aí o I Encontro Biblioteca Viva: Conversas sobre as Escritas de Mulheres!
Nesta edição, vamos conversar sobre o tema: “Narrativas de afeto: escrita como memória”, com a escritora convidada Lilian Alves-Machado, autora de Memórias vivas para minha mãe.
Mediação de Karolyne Reis, mestra e doutoranda pelo PPGL-UFC.
📍 Data: 22/05/2025
🕓 Horário: 16h às 18h
📌 Local: Hall do Prédio Carolina Maria de Jesus – PPGL/UFC
📄 Com certificação para participantes!
Este evento faz parte do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG).
Organização: Rastros Urbanos e PPGLetras UFC
Não perde! 💛
domingo, 6 de abril de 2025
terça-feira, 25 de março de 2025
sábado, 8 de março de 2025
sábado, 25 de janeiro de 2025
Registros de uma Exposição: As Linhas (In)ventadas da Memória
Entre os dias 16 de outubro e 16 de novembro de 2024 o nosso Grupo de Estudos, Pesquisa e Extenção, Rastros Urbanos, teve a alegria de oferendar "As linhas (In)ventadas da Memória", uma exposição feita por muitas mãos através de importantes e intensas trocas de saberes intermediado pelo Projeto Cidadania Ativa desenvolvido pelo Sesc de Fortaleza. O objetivo dessa ação é fomentar o exercicio da cidadania e a participação de líderes comunitários de Fortaleza e outros núcleos itinerantes, tornando-os dessa forma não apenas atores sociais ativos no processo de participação na construção de uma cidade mais democrática, mas sobretudo, guardiões das memórias dos seus lugares de existência. Entendendo a importância dessas pessoas, em sua maioria mulheres idosas, como arquivos vivos dos processos de transformação da cidade, montamos uma série de atividades que pudessem aprofudar não apenas a urgência dos seus trabalhos na preservação da memória, mas sobretudo, trazer a tona a importância das fabulações das comunidades na narração criativa desse projeto. Assim foram criados dois movimentos durante o ano de 2024, o primeiro consistia em um Grupo de Estudos que teve como foco unir a literatura e as ciências sociais de forma a ler os acontecimentos aquivados da vida trazidos pelos voluntários, na forma de fotografias, cartas, diários, bonecas, entre outros aconteceres. O segundo movimento consistiu na Oficina de Bordado em fotografia, onde por meio das linhas as comunidades poderam refabular na fotografia as ardencias peregrinas.
A fermentação de todos esses movimentos culminou na elaboração da exposição "As linhas (in)ventadas da memória", que teve esse nome pensado a partir dos ensinamentos do escritor e poeta brasileiro, Manoel de Barros, que nos ensina que viver por si só é um ato de inventariar, criar, recriar, montar, desmontar, desde o chão da infância as paredes maturidade, todos os seres que juntos conosco habitam o teatro da nossa existência. A ideia do vento desvela o movimento dos nossos passos, os retalhos vividos da realidade na qual um dia fizemos parte. As linhas com a sua delicadeza e as agulhas com a sua decisão, nos trazem um recomeço do passado no presente, onde o futuro é semeado no ventre dessa relação (a)temporal das ventanias.
Fonte: Acervo Rastros Urbanos
Por: Lucas Pinheiro Tenório Farias, graduando em Ciências Sociais (UFCE) e bolsista de Iniação Científica pela Pró-reitoria de Pós Graduação (PRPPG)
quinta-feira, 16 de maio de 2024
Ode a Ponte
Tirei essa foto da grafia em meados do dia 18 de abril. Estava andarilhando mentalmente enquanto sentado com areia, aguardava o emancipar da noite pela voz das mulheres guardiãs do Poço da Draga.
Fitei o mar, olhei para a imensidão de suas superfícies líquidas, mornas de calor humano, abraçadas pelas ondas que se formavam e explodiam em espumas musicais. Lá estava ela, linda, com as curvas do seu corpo metálico silhuetando a paisagem, mais imponente do que a vizinha Iracema que um dia desses desmaiou de cansada no calçadão das pegadas.
Sua ruinosa beleza de linhas visíveis e invisíveis emaranhavam ao longo de seu véu aquoso os beijos, as declarações de amor dos casais amigos, dos (re)encontros ancestrais, da esperança pelo retorno daquela(e) que partiu para outro lugar, um alguém que só pode ser recuperado pelos fluídos e os ventos fortes.
Fiquei enamorado por todos os movimentos que a sua presença despertava naquele lugar que nós partilhavamos. Você no palco, e claro, eu na plateia arenosa, junto a recordações pregressas, memórias devir.
Velha ponte velha, tu és ainda menina aos olhos daqueles que de ti saltaram; daqueles que por meio de ti se alimentaram; daqueles que em ti tatuaram desenhos silênciosos que hoje reivindicam um lugar de fala no corpo arquitetônico de uma cidade plastificada; daqueles que sobre ti depositam a narração familiar; daqueles que sob ti se amam sem medo dos olhos dissimulados dos indiferentes.
Mas tu vês, teus olhos de ressaca tem inquirido os poderes de uma cidade que vem desfalecendo aos poucos.
Ponte, no dia 18, em seus quase 118, antes da ode das guardiãs, fiz para ti a minha ode em murmúrios do pensamento que hoje remonto para não me esquecer, para que ninguém esqueça da sua importância para todos nós.
Fonte imagem: Acervo Rastros Urbanos
Texto escrito por: Lucas Pinheiro Tenório Farias, graduando em Ciências Sociais (UFC) e bolsista FUNCAP (PRPPG) (UFC).
Assinar:
Postagens (Atom)