segunda-feira, 16 de novembro de 2015

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Cidade: uma obra inacabada
Grupo Rastros Urbanos apresenta filme "Território do Brincar", hoje, na Casa Amarela Eusélio Oliveira

00:00 · 16.11.2015 por Iracema Sales - Repórter
Crianças quilombolas e indígenas integram o documentário "Território do Brincar"
O espaço urbano não pode ser visto como algo estático. Por estar sempre em construção, é considerado obra coletiva e inacabada, passando por transformações. Essa constitui a linha mestra do trabalho do grupo de estudos e pesquisas "Rastros Urbanos", formado por cerca de 10 alunos do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"O objetivo é despertar nos participantes formas diferentes de perceber a cidade", instiga a professora Cristina Maria da Silva, coordena o grupo, criado em 2009.
O olhar minucioso da pesquisadora aguça a curiosidade dos alunos, possibilitando a abertura de novas brechas no espaço urbano de Fortaleza, descortinando paisagens que antes passavam despercebidas aos olhos do grupo.
Os objetos de pesquisa podem ser captados no simples trajeto de casa para a universidade, entrando em cena outro elemento: a arte.
Dentre os temas pesquisados estão o grafite, repentistas, moradores de rua e as narrativas da escritora Clarice Lispector. Para sensibilizar tanto a comunidade acadêmica quanto o público acerca da filosofia que conduz o trabalho, o "Rastros Urbanos" convida para a exibição do documentário "Território do Brincar - um encontro com a criança brasileira", produção de Renata Meirelles e David Reeks, hoje, às 14h, na Casa Amarela.
Debate
Em seguida, será realizado debate com os professores Cristina Maria da Silva, que fala sobre espaço urbano e literatura; Luiz Fábio Silva Paiva, que aborda a violência entre adolescentes; e Cristina Façanha, coordenadora de projeto voltado ao universo das brincadeiras. Interessados podem se inscrever pelo e-mail para rastrosufc@gmail.Com.
Conforme explica Cristina da Silva, a exibição tem o objetivo de divulgar o projeto "Território do Brincar", cujo documentário é fruto de pesquisa dos diretores, em diferentes cidades brasileiras. Na empreitada, eles buscavam a relação entre brincadeiras e experiências vividas.
Durante dois anos, Renata Meirelles e David Reeks, juntamente com seus filhos, conheceram "in loco" como brincam e vivem as crianças que moram em comunidades indígenas e quilombolas. Desbravaram, ainda, localidades do sertão, passando pelo litoral e também áreas urbanas. O resultado está registrado no filme, realizado entre abril de 2012 e dezembro de 2013.
"Nosso interesse é divulgar o documentário", diz Cristina, compromisso assumido quando assistiu à obra num evento em Campinas. "Somos como embaixadores do projeto", explica, destacando a sensibilidade dos autores, ao explorarem as diferentes formas de brincar da criança brasileira.
A pesquisa possibilita contrapor brincadeiras tradicionais, encontradas nas zonas rurais, e urbanas. "Eles capturam as experiências das crianças através das brincadeiras".
Olhar apurado
"Rastros Urbanos" funciona no Departamento de Ciências Sociais, sendo vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Até o momento, conta apenas com alunos de graduação, que começam a enxergar a cidade como um imenso laboratório.
Os alunos passam a perceber novos objetos, que podem estar em uma esquina, praça, materializado em um morador de rua ou na poesia. "Minha percepção da cidade é pela literatura", atesta a coordenadora. O grupo busca compreender cidades e práticas urbanas a partir de experiências e narrativas de seus habitantes, daí a semelhança com o "Território do Brincar".
Mais informações:
Exibição do documentário: "Território do Brincar". 
Amanhã (17), às 14h, na Casa Amarela Eusélio Oliveira (Av. Da Universidade, 2591, Benfica). 
Contato: (85) 3366.7771

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