Uma cidade se dá por aquilo que
dela se conta, pelas caminhadas e experiências que nela vivenciamos. Nesse
Dossiê, os autores, através dos trabalhos aqui apresentados tentam olhar a cidade
de dentro, através de suas práticas, das restruturações urbanas, produções
musicais, caminhadas, desenhos e paradas para melhor compreender seus
movimentos. São perspectivas andarilhas pelos signos da cidade que
se constrói embaixo, na qual os corpos do pesquisador e o da cidade se
encontram e desvelam uma cidade metáforica. “Uma outra
espacialidade”, nas palavras de Michel de Certeau, “uma experiência
‘antropológica’, poética e mítica do espaço e a mobilidade opaca e cega da
cidade habitada. Uma cidade transumante, ou metáforica insinua-se assim no
texto claro da cidade planejada e visível.” (CERTEAU, 2009, p. 159). Os leitores são convidados a mergulhar nesses
fragmentos de trajetórias (do latim trajectore, aquilo atravessa)
para encontrarem neles pedaços de si e de suas próprias experiências em suas
cidades.
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